Bonito (MS) – Os espectadores que estiveram na Praça da Liberdade, na noite desta sexta-feira (27.07), durante o 19º Festival de Inverno de Bonito, puderam presenciar uma legítima JAM Session a céu aberto. A Cia. de Sapateado Pé na Tábua e o grupo BR Jazz, de Ribeirão Preto (SP), apresentaram o espetáculo “Escuta essa dança”, dando um show de improvisação, na música e na dança.
O espetáculo foi um diálogo entre os músicos (Lucas Oliveira – guitarra; Daniel Del Carpio – bateria, e Franco Lorizon – contrabaixo) e os bailarinos (Rodrigo Lima, Renata Defina e Ana Luisa Iositaki), que o tempo todo demonstraram domínio da técnica e muita paixão pelo que fazem. A improvisação deu um toque de exclusivismo à apresentação em Bonito. “O melhor do improviso é que ele nunca se repete. Que vocês vão vir aqui ninguém nunca viu nem nunca verá”, disse Renata ao público.
Uma JAM Session (Jazz After Midnight – Jazz depois da meia noite) era uma sessão em que os músicos se reuniam para improvisar depois da meia noite, horário em que o público pagante já tinha se retirado da casa de shows e os jazzistas ficavam à vontade para explorar sua técnica. Em “Escuta essa Dança”, tanto os bailarinos como os músicos fizeram esse exercício de improviso com muita propriedade.
Os dois grupos se reuniram por conta de um convite do Sesc Ribeirão, que propôs a realização de uma JAM Session por conta da comemoração dos 70 anos da instituição. “A partir daí, pensamos num repertório de como seria a divisão do tempo para cada grupo para compor o espetáculo. Já circulamos por editais do Sesc e Sesi com mais de 20 apresentações pelo país”.
A Cia. de Sapateado Pé na Tábua tem dez anos de existência, e Renata foi a professora de sapateado do Rodrigo e da Ana Luisa. “Escolhemos trabalhar com improviso porque permite a gente se expressar, ser livre. Temos a técnica como base, mas você é capaz de dialogar, contar uma história”, diz Renata. “O jazz vem como um grito de liberdade”, completa Ana Luisa.
Os músicos do BR Jazz estudaram em Tatuí e se encontraram em Ribeirão para formar o grupo. “Sempre trabalhamos com música instrumental. Temos o jazz como uma concepção de música improvisada, tiramos do jazz a sua raiz para improvisar, pela liberdade”, diz Lucas Oliveira.
A apresentação em Bonito superou todas as expectativas do grupo. “Foi lindíssima. O Festival está super bem organizado, a programação contempla as várias linguagens artísticas, com dança, música, circo, nós até decidimos ficar uns dias a mais. O público é bem acolhedor, escutei as pessoas conversando comigo, teve um diálogo em vários momentos”.
Na plateia, a funcionária pública e turismóloga Wendy Cruz se maravilhava com os movimentos dos bailarinos e a música. “Muito legal! A dança me traz muita alegria. Eu participo do Festival desde a primeira edição e acredito que o FIB tem um efeito transformador na vida das pessoas. Eu comecei a gostar da arte graças ao Festival”.
O casal de Campo Grande Salomão e Iracélia Soares Calado trouxeram o filho Caio e a sobrinha Carol para prestigiar o Festival. “É muito rápido, muito diferente o que eles fazem. Nunca vi isso em Campo Grande”, diz Caio. “Muito bom! Gostei muito do sapateado. Nós trazemos as crianças para o Festival como uma oportunidade de ver coisas novas”, diz Iracélia.
E a programação continua neste sábado e domingo. Confira aqui as atrações, programe-se e participe!
Fotos: Aurélio Vinícius