“Viva trem, viva tu, viva o rabo do tatu”. Com essas palavras, inicia-se uma tarde de contação de histórias que parece não ter fim. Como mais uma das ações do Festival de Inverno de Bonito 2023, na quinta-feira (25), uma tarde de contação de histórias na praça da Liberdade encantou pessoas de todas as idades.
No lounge literário, Ciro Ferreira, inspirado nas obras de Luís Camargo, presenteia o público com narrativas encantadoras, incluindo os queridos clássicos “Maneco Caneco, Chapéu de Funil” e “Panela de Pressão”, além de textos de Monteiro Lobato.
A narrativa de Ciro Ferreira é uma brincadeira acumulativa, em que a maioria de seus contos vai gradualmente juntando informações, revelando seu verdadeiro significado somente ao final. Para dar vida às narrativas, ele utiliza objetos de casa, como rodo, cabide, copo e funil, de maneira lúdica e dinâmica, estimulando a imaginação e a criatividade dos ouvintes ao conectar objetos inanimados à riqueza do texto narrado.
Na segunda parte de sua apresentação, ele mergulha no universo popular das parlendas e dos versos do “o que é o que é?”, proporcionando uma interação cativante entre a contação de histórias e a leitura compartilhada. Essa abordagem enriquece ainda mais a narrativa, oferecendo uma experiência repleta de conhecimento literário. Além disso, brinca com o humor, atraindo tanto crianças quanto adultos.
Ciro Ferreira, 53 anos, compartilha que aquilo que inicialmente poderia parecer um obstáculo, sua gaguez, foi, na verdade, o que o conduziu ao caminho da contação de histórias. Além disso, as suas histórias agradam todo público.
“As narrativas que, à primeira vista, podem parecer destinadas às crianças, fazem os adultos relembrarem os tempos de infância. Eu gosto de histórias alegres, que fazem todos rirem”, ressalta.
Amabile Maria Schutz, 15 anos, estudante do ensino médio na Escola Estadual Bonifácio Camargo Gomes, compartilha sua impressão sobre a tarde de contação de história.
“Eu acho muito criativo o jeito que ele contou as histórias, me entreteu principalmente as figuras e a forma como ele falava. Eu consegui encaixar bem a figura que ele usava com o que eu estava imaginando”, destaca.
A adolescente ainda ressalta que gosta de participar das atividades do festival, porque dessa forma pode conhecer outras culturas, além de conhecer mais sobre a sua cidade natal, Bonito, e o Estado de Mato Grosso do Sul.
Bel Manvailer, Ascom FIB 2023
Fotos: Marithê do Céu