Bonitense de nascença ou por escolha, há duas décadas quem passa pela Praça da Liberdade no segundo semestre do ano já se prepara, tem Festival de Inverno de Bonito marcado no calendário. Ter o espetáculo no quintal de casa faz com que o pertencimento tome conta de uma população que recebe de braços abertos um dos maiores eventos de cultura do Centro-Oeste.
Quase toda praça de Mato Grosso do Sul tem a mesma cena: um grupo de aposentados ou quem está prestes a chegar lá ao redor de uma mesa com tabuleiro. Apesar da reprodução do tampão ser de xadrez, o jogo mesmo é um carteado e pelo “truco” gritado por um dos jogadores, todo mundo já sabe do que se trata.
À espera de chegar a sua vez, o operador de máquinas Cláudio Roberto de Castro Alves, de 63 anos, vem logo dizendo que tem orgulho de ser anfitrião no festival. “Eu gosto do evento pelo seguinte, Bonito sempre foi uma cidade que quando surgiu o Festival, surgiu a alegria daqui. Você traz sua família, o povo que vem de fora, isso é muito gostoso. É uma coisa única o que temos aqui, o festival”, comemora.
Morador de Bonito há quatro décadas, a expectativa de seu Cláudio era pelo show da conterrânea, Fafá de Belém, que abriu a programação deste primeiro dia. “Ah, paraense, né? Está no sangue, é gostoso vir aqui, aplaudir”, completa.
Debaixo da sombra das árvores e do guarda-chuva que decora o cantinho da praça, há quem chegue antes mesmo das cortinas no festival se abrirem. O espetáculo para a família de Ana Lúcia começa assim que eles deixam Dourados.
Há 16 anos ela vem com o marido Fabiano Verão e o filho assistir ao Festival de Inverno de Bonito. “Todos os anos viemos para cá porque é um evento que tem bastante atração, artesanato, cantores regionais da nossa terra, e a gente gosta muito, além de ter as maravilhas desta cidade”, fala a operadora de caixa, Ana Lúcia Verão, de 41 anos.
Para a família, o fato do festival ser realizado no mês de agosto facilitou ainda mais as visitas. “Em julho, a gente sempre dava um jeito de vir, mas agora que tem dado certo, quando mudou o mês, porque cai exatamente nas nossas férias”, completa Ana.
A irmã gêmea, Ana Alice Verão, de 41 anos, é bonitense daquelas que coleciona na memória e nos álbuns de fotografia do celular os shows já vistos desde que o Festival de Inverno foi concebido.
“Eu amei ver Daniela Mercury, Zé Ramalho, mas todos são bons. Pra gente é uma festa de cultura, uma distração, e que nós gostamos de prestigiar”, comenta.
Paula Maciulevicius, Ascom FIB 2023
Fotos: Marithê do Céu