Com a proposta de unir a arte e educação para discutir a linguagem corporal da criança com trabalhos originais, a Companhia Balangandança, de São Paulo, trouxe para o Festival de Inverno de Bonito o envolvente espetáculo “Brincos e Folias” que divertiu crianças e adultos presentes a apresentação realizada no Palco das Artes Cênicas, na sexta-feira (26).
A televisão explodiu. E agora, o que fazer? O jeito vai ser arregaçar as mangas e entrar na brincadeira, redescobrindo o corpo, o prazer de dançar e inventar movimentos. Assim se desenvolve o espetáculo, mesclado danças e antigas brincadeiras, entrando em cena a amarelinha, o pega-pega, as bolhas de sabão, o videogame, o bate palmas, entre outras.
Primeiro trabalho da companhia, produzido há 25 anos mas ainda muito atual, Brincos e Folias não remete apenas ao resgate da infância de antigas e novas gerações, mas deixa uma constatação: mesmo com todas as inovações tecnológicas, o mundo mirim precisa saber se relacionar e brincar, fazendo do corpo brinquedo e da brincadeira dança.
Todos no palco
As crianças logo se apoderaram da frente do palco, debruçadas no tablado, e ao primeiro sinal dos dançarinos subiram na estrutura e tomaram conta do espetáculo e se envolveram em brincadeiras, algumas sendo descobertas, redescobrindo o corpo e inventando movimentos corporais. Os dançarinos demonstravam total preocupação com a segurança dos convidados.
“Esse novo primeiro trabalho continua em cena e muito atual ao abordar essa relação do brincar tão precioso e ficamos super felizes em participar do Festival de Inverno de Bonito”, disse a produtora Georgia Lengos. “Foi um prazer compartilhar com esse público maravilhoso, as crianças se divertiram muito, e Bonito marca nosso retorno à estrada depois da pandemia.”
A Balangandança Cia. tem como foco central oferecer às crianças a possibilidade de apreciar espetáculos de dança de qualidade, resgatando a ludicidade e a criatividade do corpo. Para isso, apoia a pesquisa no cotidiano lúdico infantil, nas danças populares brasileiras e na investigação da relação entre composição coreográfica e improvisação.
Texto: Silvio Andrade
Foto: Álvaro Herculano