O Festival de Inverno de Bonito 2023 relaciona arte e natureza com apresentações artísticas mais verdes e inclusivas. O slogan deste ano, “onde a arte inspira e a natureza respira”, promete para o festival ações mais lúdicas e que respeitam o meio ambiente.
O FIB 2023 começou nesta quarta-feira (23), tendo já no primeiro dia uma programação voltada para as crianças, com contação de histórias, arte e diversão. Em uma geração que tem o maior foco em telas de celulares, espetáculos de teatro e música trazem uma nova forma de diversão mais presente e interativa.

Edu Brincante e Gabrielle Cantante, mestres na arte de contar histórias, envolvem as crianças com narrativas lúdicas (Foto: Bruno Rezende/Ascom FIB 2023)
No CEI (Centro de Educação Infantil) Laura Vicuna, a primeira ação foi do projeto Contos de Brincar e Cantar, que une Edu Brincante (Eduardo Alcântara Ribeiro, 32 anos) e Gabrielle Cantante (Gabrielle da Silva Barros, 26 anos), em uma jornada que mistura Contação de História e música de forma entrelaçada. O evento foi voltado para as crianças de zero a cinco anos que interagiram entre si dançando as músicas apresentadas.
Edu começou a ter contato com o teatro e contação de histórias desde os 18 anos no grupo Casa de Ensaio em Campo Grande. Ele explica que o objetivo foi criar um espetáculo brincante e colorido para as crianças. “O meu maior objetivo é que todo mundo vivencie momentos de encantamento, descontração e alegria. Eu vi isso hoje: alegria, sorrisos no rosto e crianças se divertindo. A gente busca levar a brincadeira aliada a outras linguagens artísticas por onde passamos”, frisa.
Edu Brincante começou os trabalhos ainda na pandemia, fazendo das aulas on-line uma brincadeira com as contações de histórias para os alunos. Há pouco tempo conheceu a sua parceira, que traz o tom musical para as apresentações. Gabi Cantante é cantora profissional, faz shows em bares e eventos e agora invade a imaginação das crianças por meio das músicas e efeitos sonoros.
Para Gabrielle Cantante, a intenção do projeto é fortalecer a cultura, trazer as histórias infantis e o folclore brasileiro para as escolas. “Queremos passar um pouquinho do teatro, da cultura e fantoches. Na apresentação, eu toco violão e canto. Em alguns momentos, eu faço outros barulhos com o chocalho e o pandeiro. Na hora da apresentação a gente improvisa e faz um negócio bonito,” relata. Ela usa os instrumentos para fazer os barulhos à medida que são mencionados na história.
A pedagoga e diretora do Centro de Educação Infantil Laura Vicuna, Ambrosina Souza, 46 anos, fala que a presença da dupla é fundamental para as crianças que passam a maior parte do tempo na escola. “Precisa ter momentos leves e divertidos, as crianças aprendem assim, de maneira criativa, através das músicas e brincadeiras. É um dia diferente, toda a turma reunida, compartilhando os momentos”, ressalta.

“Professor Pirata” conta sobre a realização do projeto “Fuzuê” de contação de história para as crianças (Foto: Bruno Rezende/Ascom FIB 2023)
Projeto Fuzuê
As crianças do CEI já estão familiarizadas com brincadeiras cênicas, pois o professor de Educação Infantil Paulo Alvarenga, 54 anos, mais conhecido como o ‘Professor Pirata’ realiza o projeto ‘Fuzuê’ para as crianças na escola desde 2008, como uma estratégia didático-metodológica que visa encontrar na música e teatro estratégias para tornar o trabalho mais produtivo e lúdico.
“O meu projeto já foi inscrito em vários prêmios brasileiros, nós fomos semifinalistas dos maiores prêmios de arte no Brasil. Essa valorização é muito legal. O meu maior objetivo é fazer com que as crianças se aproximem da música. Neste ano, estamos construindo instrumentos que são tradicionais da cultura dos indígenas Kadiwéu.”
O professor da Educação Infantil Paulo Alvarenga ensina nas aulas do projeto também sobre cultura, história e arte, com a proposta de fazer com que as crianças compreendam e valorizem a cultura dos povos originários.
Bel Manvailer, Ascom FIB 2023