Bonito (MS) – “É essencial este momento ímpar. As crianças esperam estas apresentações o ano inteiro. Durante o pré-festival os artistas foram aos bairros e agora as crianças pedem aos pais para virem ao centro para participarem do festival “. Este é um dos depoimentos da secretária de cultura de Bonito, Roseli Fátima Gambim ao explicar a importância da chegada das atividades culturais e de arte educação nos bairros periféricos, distritos e assentamentos durante o Festival de Inverno de Bonito.
As apresentações de alunos de diversas escolas e instituições sociais têm o seu espaço no Centro de Múltiplo Uso de Bonito onde durante o evento é erguida uma lona de circo para abrigar diversas atividades culturais como shows musicais e espetáculos de dança e teatro. Neste local artistas profissionais plantam a semente da cultura no coração destes expectadores mirins, que têm a oportunidade neste espaço, de subir ao palco e trocar experiências na arte da expressão.
Alunos do projeto Rede Solidária de Campo Grande, que há dois anos participam do festival, demonstram a superação de sua situação de vulnerabilidade social através da arte. Suas aulas de dança acontecem nos bairros noroeste e Dom Antônio Barbosa e quando se apresentam no CMU, inspiram as crianças menores que se identificam e encantam com a expressão artística dos jovens. “São crianças carentes que por meio da arte podem visualizar um futuro diferente”, afirma a assistente social e diretora da unidade Dom Antônio Barbosa, Maria Cristina Meza.
As apresentações no CMU contempla alunos de todas as características. Inclusive alunos da área rural, que percorrem 70 quilômetros para terem a oportunidade de viver seu dia de artistas neste grande encontro de culturas e expressões artísticas. “Apesar de não possuirmos professores habilitados para ensinar dança ou música, ensinamos o básico para eles para que consigam se expressar. E aqui eles conseguem acompanhar como acontecem os espetáculos”, conta a professora Andrea Bispo Souza da escola municipal rural Osório Jacques Polo. E num tom emocionado da secretária de cultura de Bonito finaliza: “Não dá para explicar a riqueza dessa experiência para eles, têm que vir aqui para sentir”.