O Festival de Inverno de Bonito 2023 realizou um Desfile de Moda com sustentabilidade e inclusão social, na quinta-feira (24), por meio de alta-costura alinhada ao desejo de um mundo melhor e mais verde.
A marca de Luiz Gugliatto, “Why Not By Gugliatto” trouxe um novo olhar para peças que seriam descartadas. A coleção “The Jeans Wear Future” utiliza a técnica upcycling (reuso), que proporciona às pessoas uma nova forma de vivenciar um consumo mais equilibrado.
A moda sustentável se faz presente na coleção, personificando mais uma vez o slogan do Festival de 2023: “onde a arte inspira e a natureza respira”. Para produzir suas peças, Gugliatto retira do meio ambiente tecidos que não seriam mais utilizados, criando uma nova peça autoral e versátil.
No total foram desfiladas roupas das marcas de dez estilistas de Mato Grosso do Sul, incluindo Why Not By Gugliatto – Luiz Gugliatto, F.M – Fabio Mauricio, Lidylo – Lidiane Lopes, Ayele Tissu – Kossi Ezou, Marcia Lobo, Estampe-se! – Lauren Cury e C4 bordados e criações – Janete Maria Cella.
A modelo Karen Recalde, tem 33 anos e desfila desde os 14. Ela ressalta a importância do Festival dar visibilidade para os estilistas locais, sendo Bonito um lugar conhecido mundialmente.
Karen usou um vestido de frente única, feito por Gugliatto, todo jeans, com os cós das calças, bolsos e outras partes transformadas em uma peça totalmente única.
“Ele tem uma ideia muito sustentável de reciclar as peças, faz um vestido de calças jeans já existentes, que ele compra em brechós. Junta várias peças e monta uma só, eu acho isso incrível”, destaca.
Gugliatto explica que a ideia da coleção surgiu ainda na pandemia quando, sem poder fazer figurinos para teatros, musicais e eventos, pensou em renovar a sua paixão pela moda. As peças são feitas pelo cós das calças, bolsos e o que mais combinar, desenhando um novo modelo que traz a identidade da tão amada calça jeans de uma maneira diferente.
Moda inclusiva
A inclusão também é uma pauta presente no Festival de Inverno de Bonito 2023, mostrando a diversidade da moda, Edenilson explica como a ancestralidade está presente em seus modelos. Baseado nas peças de cerâmicas, grafismos significativos em sua cultura, e até mesmo na moda já feita pelas anciãs, representadas pelas suas avós e tataravós, ele cria peças que além de lindas são cheias de significado e cultura ancestral.
Com o Ateliê Terena, Edenilson Terena já fez parte da revista Vogue e de documentários e promove a visibilidade aos povos indígenas com suas roupas. Ele tem 27 anos e mora na Aldeia Urbana “Aldeinha”, em Anastácio.
A coleção Raízes Ancestrais tem como inspiração as mulheres que ensinam e passam saberes de geração para geração. Com a energia das mães e avós pioneiras do artesanato indígena, Edenilson constrói cada uma de suas peças. Raízes Ancestrais também tem composições de acessórios com sementes e penas características da cultura dos povos originários.
Kossi Ezou, 32, é empreendedor da marca Ayele Tissu e traz uma explosão de cores e cultura africana e principalmente de seu país, Togo contando um pouco da sua ancestralidade por meio da moda.
“Eu sempre usei essas roupas, e as pessoas começaram a perguntar sobre elas. Cada um passou a fazer propaganda para os outros e, assim, eu comecei a fazer entregas. Os tecidos vêm do Togo para cá, e nossos produtos incluem batas, acessórios e muito mais. É a moda africana que tenho o prazer de trazer para Bonito e mostrar a riqueza de nossa cultura”, destaca.
A coleção se chama Kékéli, palavra que na língua “Éwé”, de Togo, significa “luz”. Ayele Tissu traz para a nova coleção o brilho e a beleza das estampas africanas, inspirada nas cores tropicais. O clima africano também está presente em nosso Mato Grosso do Sul.
Confira as fotos: https://www.festivaldeinvernodebonito.ms.gov.br/desfile-de-moda/
Bel Manvailer, Ascom FIB 2023
Fotos: Marithê do Céu