Bonito (MS) – Como contar uma história? A pergunta pode parecer simples, mas para o professor e contador de história Ciro Ferreira, existem técnicas para captar a atenção e tornar a experiência ainda mais interessante de acordo com a idade do público. Ele ministra hoje (26) e amanhã (27) a oficina de Contação de Histórias Acessível na Associação Pestalozzi de Bonito. Mais de vinte profissionais de áreas como Educação e Psicologia participam das aulas.
Na manhã de quinta-feira, o foco das aulas foi a expressão corporal dos participantes. Ciro que é formado pelo curso de Artes Cênicas e Dança da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), além de ter estudado Teatro e Artes Circenses, lembrou os participantes da importância de trabalhar as memórias afetivas dos ouvintes, assim como utilizar o corpo de forma a expressar aquilo que a história quer transmitir.
Em um exercício, ele fez com que os participantes contassem a mesma história sem utilizar palavras. Sem que ninguém falasse que se tratava de “Os Três Porquinhos”, todos repetiram gestos como a construção das casas e o sopro do Lobo Mau, permitindo a transmissão da história. “O que me chamou a atenção nesse trabalho que o Ciro está realizando é o foco na prática, os exercícios nos colocam para contar as histórias e, desse modo, ele vai corrigindo ou explicando com melhorar. Estou gostando bastante”, afirma o professor Alex Albuquerque, formado em Ciências Biológicas. No momento, ele atua como coordenador na Pestalozzi.
Como a maior parte do público atua com crianças, adolescentes e adultos atendidos pela associação, a oficina tem preocupação de tornar a linguagem mais adequada a esse público. “A instituição atende o público com deficiência mental e distúrbios neuro-motores, por isso, há peculiaridades na forma de contar uma história. Estamos levando isso em conta para garantir o melhor aproveitamento. Por isso, colocamos “acessível” no título”, argumenta Ciro. Apesar de aberta a todo público, a maior parte dos participantes são profissionais que atuam na Pestalozzi.
A psicóloga Graziela Marques atende crianças dentro e fora da associação. Para ela, uma oficina como a ministrada por Ciro agrega muito ao seu trabalho. “Mesmo em casa, o que estou aprendendo aqui vai contribuir muito. Tenho dois filhos, vou testar com eles o que estamos trabalhando aqui”, conta. Para ela, a oficina traz ideias interessantes sobre como utilizar as ferramentas mais variadas para prender a atenção e tornar as histórias mais interessantes ao público. “Também é interessante pensar na importância de adequar os suportes para cada faixa etária. Não contamos uma história da mesma maneira para crianças de idades diferentes”, pontua.
Assessoria FIB
Fotos André Patroni
Publicado por: tmotta@fazenda.ms