Bonito (MS) – Um encontro cheio de fofurice aconteceu pela primeira vez durante o Festival de Inverno de Bonito: é a I Cãominhada e Encontro de Bem-Estar Animal, que foi reivindicação feita durante audiência pública do Festival, para que desse lugar neste evento aos animais de estimação.
Cãezinhos de todos os tamanhos e raças estiveram reunidos com seus donos para dar uma volta na praça e participar do concurso de fantasias. Leonardo Henrique Duarte, médico veterinário e organizador da cãominhada, veio de São Paulo para participar do evento e ajudar a conscientizar sobre o bem-estar animal. “A gente sabe que os pets estão sendo introduzidos em vários lugares, a gente espera que seja em todos, então a gente tomou a inciativa de organizar a Cãominhada para abrir, mesmo, a Cãominhada na região e mostrar que os pets podem estar em todos os lugares. Esperamos que nos próximos anos a Cãominhada seja cada vez maior e traga mais incentivo para os pets”.
Léo viaja o Brasil todo com sua cachorrinha Vitória: “Estamos juntos há dois anos e vivemos momentos incríveis. Hoje a gente viaja o Brasil inteiro levando a Vitória para conhecer os lugares, e mostrando a introdução dos pets. Então foi uma ideia conjunta do meu gostar com a Vitória na minha vida e mostrar que os pets estão em todos os lugares. Quando eles estão no meio das pessoas, já foi comprovado que eles trazem uma harmonia para o local, questão de diminuição do estresse, além da socialização com as pessoas e também deixa o ambiente muito mais harmonioso. E também trabalha a saúde física e mental dos animais. Eu e a Vitória, a gente viaja para todos os lugares, e a paz que eu tenho com ela é indescritível”.
O secretário de Cidadania e Cultura, Eduardo Romero, possui sete cachorros, todos eles de resgate, de adoção. Ele falou sobre a mudança da relação do homem com o animal. “Há um tempo atrás você tinha um cachorro, um gato, apenas como algo no quintal externo, ou para segurança. Mas de um tempo para cá, os animais passaram a fazer parte da família, inclusive ajudando a manter a saúde mental. Várias terapias têm mostrado que o auxílio na recuperação de doenças como câncer, ditas doenças mais cruéis, quando você tem uma relação com o animal você tem uma evolução clínica melhor. Quem tem um animal em casa sabe a relação, não tem como descrever. Faz um bem para o espírito, para a saúde física, mental. E sem contar o que representa na própria economia, você tem toda uma indústria dos pets, aí, que gera emprego, que gera renda, e que gera essa nova relação econômica também, não só para o Brasil”.
“O ser humano sempre precisou de companhia, e a melhor companhia está nos pets porque eles entendem o ser humano e consegue lidar com essa dualidade que é o ser humano, uma hora está bem fisicamente, outra hora não está bem; uma hora está desanimado com o mundo, outra hora está animado. A gente precisa incluir a discussão dos pets, no Legislativo tem mudado muita coisa, tanto como a inclusão do pet ser considerado um elemento da família, mas a gente precisa mudar essa cultura e cada vez mais acabar com a ideia dos maus tratos, que ainda é grande, as pessoas precisam se conscientizar que pet não é bonitinho só quando é pequeno, quando é filhote, ou quando é para ser presente de aniversário de uma criança, ele é realmente um ser vivo que precisa de todo o respeito à integridade. A gente precisa ocupar todos os espaços e os espaços dos festivais, especialmente do Festival de Inverno de Bonito, é um espaço que você desperta olhares para esta relação, ressignifica a relação homem e animal”.
Marta dos Santos, presidente da Associação Mascote de Bonito, esteve presente na Cãominhada com outros membros da Ong: “Ficamos sabendo da Cãominhada pela audiência pública que teve sobre o Festival, entramos em contato com a coordenação e viemos participar. Eu tenho vários pets, mas trouxe a Atiba porque ela é mais educada. Eu vejo esta Cãominhada como muito importante também para a gente conscientizar as pessoas de que o animal faz parte da nossa família, é um membro familiar. É muito importante que a gente conscientize as pessoas que vejam o animal com outro olhar, e a Ong hoje aqui em Bonito é com o intuito de a gente dar um tratamento melhor para estes animais, tanto de rua, como o apoio para aqueles de baixa renda também. Na Ong nós fazemos resgate, não temos local próprio, mas já conseguimos um castramóvel que foi doado e que hoje está castrando. Nosso projeto futuro é uma clínica veterinária popular para estes animais de famílias de baixa renda para terem acesso a uma consulta e aos cuidados veterinários”.
Carlos Magno Duarte, de Bonito, encarregado de depósito atacadista, veio com a filha Bruna e a cadelinha Pipoca. “A minha professora falou na escola pra gente sobre a Cãominhada, aí eu olhei no site e a gente resolveu vir para a Pipoca dar uma volta. Em setembro a Pipoca faz um ano. Minha outra cachorrinha tinha morrido e eu queria muito um cachorro, aí eu comecei a olhar e a gente pegou a Pipoca de um abrigo que tinha, como doação, e aí a gente foi e adotou”, diz Bruna. “O animal traz alegria em casa, ele traz anima o ambiente, é brincalhão, anima a gente, alegra a gente, animal em casa faz parte da família, principalmente do brasileiro, ter um pet. É muito importante a gente ter, tratar bem, cuidar bem”, afirma Carlos.
Gislaine Vasques, artesã, de Bonito, produz as roupinhas da sua cachorrinha Amora, ela fez a fantasia que ganhou primeiro lugar no concurso de fantasias. “Eu fiquei sabendo da Cãominhada pelo pet shop. A Amora chegou para mim com dois meses, ela já vai fazer quatro meses. Eu já tinha alguns pets, só que elas ficavam muito para fora de casa por conta do peso, aí eu queria muito um cachorrinho peludinho para fazer companhia dentro de casa, que seria menorzinho, foi quando eu adquiri a Amora. As minhas outras duas cachorrinhas são bem bravinhas, e eu tenho dois meninos, então elas não brincavam muito com eles, e agora, com a Amora, eles fazem a festa, ela está divertindo a casa inteira. A fantasia que eu fiz para ela é do Brasil, por conta do 7 de setembro que já está próximo, tem eleições e Copa do Mundo, então resolvi fazer uma roupinha do Brasil para ela. É um desafio fazer uma roupinha tão pequenininha. A Amora ganhou duas amostras de ração, uma nécessaire e uma bolinha para ela brincar. Ela já brincou até com o presentinho dela”.
Texto: Karina Lima
Fotos: Alvaro Herculano