Comandada pelo contramestre Jardel, uma roda de capoeira foi realizada na tarde de sábado (26), na Praça da Liberdade, durante o Festival de Inverno de Bonito 2023. O público pôde acompanhar entusiasmado os movimentos de crianças, adolescentes e pessoas de todas as idades, trazendo esta arte para a praça.
O contramestre Jardel trouxe para o Festival os alunos do Capoeira Salva. O projeto existe há mais de dez anos, construído junto com Ederson Procópio, e a ideia é transmitir a crianças e adolescentes os ensinamentos que o mestre Adilson ensinou ao longo dos anos.
“Para mim, no meu caso, a capoeira é uma filosofia de vida. Ela me ajudou a ser desinibido, consegui me tornar um cidadão de bem, porque a capoeira tem toda a questão da disciplina, de hierarquia, respeitar o próximo, família, solidariedade, comunidade, um estar sempre ajudando o outro, e é isso que a gente visa passar adiante para os alunos que vão entrando no projeto”, diz o contramestre Jardel.
Para ele, foi muito gratificante trazer a capoeira para o Festival. “Eu sou de Nioaque e hoje estou morando em Campo Grande e, para mim, conseguir voltar ao interior e para um festival desta proporção com algo que é muito importante para a nossa cultura que é a capoeira, eu me senti honrado”.
Mestre Adilson também esteve presente trazendo todos os seus conhecimentos de capoeira para o Festival. “Senti a energia muito positiva, muito gostoso, agradou ao público que, inclusive, participou bastante. A capoeira é uma terapia, ajuda a sociabilizar as pessoas, a controlar o estado emocional da gente. Às vezes, a gente fica agressivo, aí você vai jogar e começa a se soltar e a relaxar”, conta.
“Este ano, estou completando 52 anos que pratico a capoeira. Comecei com 12 anos de idade e faz 42 anos que eu ensino capoeira. Trabalhei muito com crianças e adolescentes, meninas, meninos, idosos e aprendi muito. Aprendi com a capoeira a ter uma vivência social pacata e agradável com todas as pessoas”, acrescentou.
O menino Miguel Malta da Silva Moreira tem 11 anos e cursa o sexto ano do Ensino Fundamental. Ele é aluno do projeto Capoeira Salva e pratica o esporte há quatro anos. “Eu quis entrar para a capoeira porque eu não era muito interativo lá na minha escola e minha mãe e meu pai se preocupavam por causa das minhas notas. Eu entrei na capoeira e comecei a ficar mais interativo, a conversar mais e isso me ajudou bastante. Hoje, estou indo melhor e a capoeira faz bem para o meu desenvolvimento”.
Sua colega no projeto, Isadora dos Santos da Costa, 12 anos, cursa o sétimo ano do Ensino Médio. Ela joga capoeira desde os sete anos e começou a convite de uma prima. “Minha prima me incentivou a entrar para a capoeira, chegou em casa, me chamou para conversar e falou sobre a capoeira para mim aí fui para ver como era e gostei. Para mim, a capoeira é cultura, é aprendizado, é respeito, tudo coisa boa. A capoeira me fez melhorar meu comportamento, esquecer um pouco das coisas ruins que acontecem na minha vida”.
Confira as fotos: https://www.festivaldeinvernodebonito.ms.gov.br/capoeira/
Karina Lima, Ascom da FIB 2023
Fotos: Bruno Rezende